Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento
Introdução
O “desejo” de viver mais e melhor tem impulsionado o desenvolvimento da Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento.
Nos últimos anos a comunidade cientifica tem se focado não só em entender o processo complexo do envelhecimento humano, como também em desenvolver soluções para mitigar os efeitos deste processo ou até mesmo para abrandar o seu avanço.
Do ponto de vista médico, o objetivo é por integrar os avanços científicos a favor do utente, capacitando-o(a) de uma vida mais duradoura, com mais saúde, bem-estar e vitalidade.
Definição
A Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento é uma abordagem médica holística e integrativa, focada na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das causas subjacentes do envelhecimento.
A especialidade tem como finalidade prolongar a saúde funcional, prevenir o aparecimento de patologias relacionadas ao envelhecimento, promover o bem-estar físico, psicológico e mental, e honrando o processo de envelhecimento em todo o seu percurso.
Contexto Global
A nível mundial, o envelhecimento populacional é uma das principais transformações demográficas do século XXI.
A expectativa de vida média tem vindo a aumentar significativamente, resultando num número crescente de pessoas acima de 60 anos, que deverá ultrapassar 2 bilhões até 2050, segundo a OMS¹. Este cenário coloca desafios para os sistemas de saúde, mas também abre portas para inovações no campo da longevidade.
A Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento surge como uma resposta necessária, focada em garantir que essa crescente população envelheça com qualidade de vida e saúde.
Contexto em Portugal
O envelhecimento populacional é uma realidade crescente em Portugal. Neste momento, o país conta com mais de 2,5 milhões de pessoas com 65 anos ou mais considerando todas as faixas etárias, situação que tende a aumentar².
Concomitantemente, as principais causas de morte em Portugal³ continuam a ser as doenças do sistema circulatório, seguidas pelos tumores malignos e por doenças do aparelho respiratório.
Não obstante, o país posiciona-se como o quarto país com o menor gasto per capita em programas de prevenção em saúde, assim como um nível de investimento em prevenção nos gastos em saúde abaixo da média na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico)⁴ .
Pilares da Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento
1 – Nutrição
Uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais, combate o envelhecimento celular e apoia o funcionamento adequado do corpo.
2 – Exercício Físico
A prática regular de atividade física é vital para o envelhecimento saudável e apresenta-se com inúmeros benefícios para a saúde, bem-estar e autonomia.
3 – Mudança de Hábitos de Vida
A adoção de um estilo de vida saudável como reduzir o stress, evitar hábitos tóxicos, optar uma vida socialmente ativa e muitos outros, é fundamental para uma vida longa e saudável.
4 – Suplementação Alimentar
Suplementar os défices nutricionais, vitamínicos e minerais permite restabelecer e otimizar as funcionalidades do corpo e garantir um percurso de vida ativo e saudável.
5 – Modulação Hormonal
O equilíbrio hormonal é fundamental no decorrer da vida humana, uma vez que existe uma diminuição gradual na capacidade produção endógena de hormonas à medida que envelhecemos.
Perspetivas Futuras
A Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento está no centro de uma transformação e evolução paradigmática na forma como encaramos a saúde e o processo de envelhecimento.
O foco não é apenas prolongar a expectativa de vida, mas também garantir que esses anos sejam vividos com vitalidade e qualidade, promovendo uma vida mais saudável e plena.
Com os avanços científicos que moldam o futuro, as perspetivas para o envelhecimento saudável são cada vez mais promissoras.
Sociedade Portuguesa De Medicina Da Longevidade e Antienvelhecimento
“Medicina da Longevidade e Antienvelhecimento”
Artigo nº1 │ Data: 10/2024
Autor: João Sardinha, Vice-Presidente SPMLA